A Ceia do Senhor é uma ordenança dada pelo Senhor Jesus Cristo cuja validade dura até seu retorno para os seus. Contudo, essa simples ordem tem se mostrado bastante complexa quanto aos seus detalhes na história do Cristianismo.
Nós, da Igreja Batista Redenção, cremos que a Ceia do Senhor é um "memorial" e que, de modo algum, corpo e sangue de Cristo estão presentes nos elementos da ceia, nem tampouco que esse seja um momento revestido de qualquer misticismo.
As principais visões sobre a Ceia do Senhor são:
Transubstanciação (católicos romanos) – Pão e vinho, literalmente, transformam-se em corpo e sangue de Cristo. Os que os recebem participam de Cristo, que é sacrificado para reconciliação de pecados.
Consubstanciação (luteranos) – Pão e vinho contêm o corpo e o sangue de Cristo. Não há uma transformação literal, mas a presença de Cristo se dá em sentido real. Cristo está presente “em, com e sob” os elementos. Os participantes recebem perdão de pecados e confirmação da sua fé por meio da participação nos elementos. Mesmo os descrentes são beneficiados por ela.
Presença espiritual (presbiterianos) – Cristo não está literalmente presente nos elementos, mas há uma presença espiritual. Os participantes recebem graça pela participação, porém, não pelos elementos e sim por meio da fé. Sem benefícios para incrédulos.
Memorial (batistas) – Os elementos são pão e vinho somente. Cristo não está especialmente presente, nem física, nem espiritualmente. Sua presença é a mesma experimentada costumeiramente pela sua Igreja. É um memorial realizado pelos participantes. Simboliza Cristo e sua morte, não seu corpo literal. Nenhuma graça é transmitida.
Por que cremos que a Ceia do Senhor é um “MEMORIAL”?
1) Porque a expressão “isto é meu corpo” (Mt 26.26; 1Co 11.24) é uma figura de linguagem (metáfora) que na verdade quer dizer “isto simboliza meu corpo”. Esse é o mesmo modo de interpretar expressões como “eu sou o pão da vida” ou “eu sou o pão vivo que desceu dos céus” (Jo 6.48,51), “eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12), “eu sou a porta das ovelhas” (Jo 10.7,9) e “eu sou a videira verdadeira” (Jo 15.1). Tomar literalmente “isto é meu corpo” trará também grandes dificuldades para interpretarmos frases como “porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão” (1Co 10.17).
2) Quando Jesus disse “isto é meu corpo”, a Bíblia diz que ele “tomou um pão” (Mt 26.26; Mc 14.22; Lc 22.19). Nessa ocasião o corpo real de Jesus segurava o pão em vez de integrá-lo.
3) Porque, apesar da onipresença divina, o corpo de Cristo foi elevado aos céus (At 1.9,11; 7.55, 56) e haverá uma presença corporal de Jesus na terra apenas na sua segunda vinda (At 1.11; Lc 21.27; 1Ts 1.10) de modo que seu corpo não está presente na terra no momento da ceia.
4) O texto de 1Co 10.16, usado para defender uma suposta presença especial de Cristo na ceia, não tem por intenção tratar a forma da Ceia do Senhor (visto que Paulo ainda falaria sobre isso adiante no capítulo seguinte), mas pretende apresentar a participação da ceia como integração no culto do Senhor, assim como os israelitas participaram do culto de Baal-Peor pelo contato com as mulheres midianitas e como os crentes de Corinto teriam parte em um culto idólatra se participassem de refeições em templos pagãos (1Co 10.1-22).
O que é a Ceia do Senhor na “visão memorial”?
É uma recordação da morte de Cristo (1Co 11.24,25) – O pão simboliza seu corpo oferecido em sacrifício (1Pe 2.24) e o cálice simboliza seu sangue derramado para o perdão dos pecados (Ef 1.7) na cruz do Calvário.
É uma proclamação da morte de Cristo enquanto se espera sua vinda (1Co 11.26) – Volta os olhos dos participantes para o retorno futuro de Cristo (Mt 26.29).
É uma comunhão entre os crentes (1Co 10.17) – É uma refeição que concentra a fé comum dos participantes em Cristo.
O Ateísmo resulta do estado moral pervertido do homem e do seu desejo de fugir de Deus
sábado, 7 de dezembro de 2019
MONERGISMO VERSUS SINERGISMO
MONERGISMO VERSUS
SINERGISMO:
Sempre foi difícil para o
ser humano conseguir conciliar a liberdade humana com a onipotência de Deus.
Uma das mais acaloradas disputas teológicas sobre onipotência de Deus e
liberdade humana, envolvendo as correntes calvinistas e arminianas, é a que trata
do sinergismo e do monergismo. Embora nem todo sinergista seja arminiano, todo
arminiano é sinergista. São inúmeros os argumentos usados por ambos os lados.
Também é grande o número de objeções de uma corrente para com a outra. A
seguir, uma compilação sobre este tema.
1 – Sinergismo e Monergismo:
uma primeira definição
“Sinergismo está relacionado
com a doutrina da regeneração ou novo nascimento como descrita em João capítulo
3. Um monergista é alguém que crê que Deus o Espírito Santo sozinho opera a obra
da regeneração que abre os olhos cegos, abre os ouvidos surdos e torna o
coração de pedra num coração de carne. O sinergista, por outro lado, crê que a
fé é produzida pela nossa natureza humana NÃO-REGENERADA... que um homem
natural pode exercer fé aparte da regeneração do Espírito Santo”.
2 – Sinergismo no século XVI
Para entendermos melhor o
sinergismo, voltaremos, pelo menos, até ao século XVI, onde ocorreu fortemente
a controvérsia sinergista.
“A assim chamada
controvérsia sinergista das décadas de 1550 e 1560 encontra sua origem em
afirmações de alguns ‘filipistas’ que diziam poder cooperar a vontade até certo
ponto na experiência da conversão. Os principais adversários foram Flácio e
Strigel, que fizeram análise profunda da questão no Debate de Weimar em 1560.
De acordo com Strigel, a vontade, na conversão continua a funcionar de seu modo
natural. É simplesmente transformada de má vontade em vontade boa. Mas Flácio
asseverava que a vontade natural é inteiramente incapaz de auxiliar na
conversão. Não permanece simplesmente passiva; resiste ativamente à graça. Em
vista disso, uma vontade completamente nova, um ‘novo homem’, deve ser criado,
enquanto que o velho é reprimido e abafado pela graça de Deus.”
3 – O ensino do sinergismo
Vejamos como os sinergistas
apresentam seus ensinos:
“De acordo com os
arminianos, a regeneração não é exclusivamente obra do homem. É fruto da
escolha do homem, pela qual ele se decide a cooperar com as influências divinas
externas por meio da verdade. Estritamente falando, a obra do homem é anterior
à de Deus. Os arminianos não admitem que haja uma prévia de Deus pela qual a
vontade é inclinada para o bem. Naturalmente, eles acreditam também que se pode
perder a graça da regeneração. Os arminianos wesleyanos alteram este conceito
no sentido de que salientam o fato de que a regeneração é obra do Espírito
Santo, ainda que em cooperação com a vontade humana. Eles admitem uma operação
prévia do Espírito Santo para iluminar, despertar e atrair o homem. Contudo,
eles também acreditam que o homem pode resistir a esta obra do Espírito Santo,
e que, enquanto resistir, permanecerá em sua condição não regenerada”.
Um dos sinergistas mais
atuantes na atualidade é Norman Geisler. Vejamos como ele defende o sinergismo:
“A Bíblia não apóia a visão
de que a graça irresistível seja exercida contrariamente à vontade das pessoas;
ela afirma que todos podem, e alguns resistem à graça de Deus. Jesus lamentou:
‘Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são
enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta
os seus pintos debaixo de suas asas e tu não quiseste!’ (Mt 23.37; cf. II Pe
3.9)”.
Geisler continua, em defesa
do sinergismo:
“Estêvão se referiu ao
orgulho do povo de Deus nas seguintes palavras: ‘Vós sempre resistis ao
Espírito Santo’ (At 7.51). Ainda nos dias de Noé: ‘Então, disse o SENHOR: Não
contenderá o meu Espírito para sempre com o homem’ (Gn 6.3). Na verdade, apesar
de ser tarefa do Espírito Santo ‘convencer o mundo do pecado, da justiça e do
juízo’ (cf. Jo 16.8), nem todas as pessoas responderão de maneira positiva à
sua ação. Durante o seu ministério terreno, apesar das suas obras
sobrenaturais, Jesus não convenceu a todos acerca da necessidade da salvação.
Ele, na verdade, chegou a dizer que algumas pessoas rejeitaram de tal forma a
obra do Espírito Santo que haviam ‘blasfemado contra Ele’ e, portanto, jamais
receberiam o perdão e, por isso, entrariam em ‘condenação eterna’. (cf. Mc
8.28,29)”.
Geisler ainda defende que:
“Somos salvos por meio da fé
(Ef 2.8,9); somos justificados pela fé (Rm 5.1); e precisamos crer em Cristo
para nos salvarmos (At 16.32). Em cada um destes casos, a fé vem, logicamente,
antes da salvação. Nós não nos salvamos, para depois passar a crer; mas sim,
cremos para que possamos nos salvar”.
4 – O ensino do monergismo
Vejamos o ensino dos
monergistas:
"A palavra “monergismo”
consiste de duas partes principais. O prefixo grego “mono” significa “um”,
“único”, ou “sozinho”, enquanto o sufixo “ergon” significa “trabalhar”. Tomando
juntos significa “o trabalho de um [indivíduo]”.
"Então, para
simplificar, monergismo é a doutrina de que o nosso novo nascimento (ou
“despertamento”) é obra de Deus, o Espírito Santo somente, com nenhuma
contribuição do homem, visto que o homem natural, de si mesmo, não tem nenhum
desejo por Deus e não pode entender as coisas espirituais (1 Coríntios 2:14,
Romanos 3:11,12; Romanos 8:7; João 3:19, 20). O homem permanece resistente a
todos os chamados externos do evangelho até que o Espírito venha para nos
desarmar, nos chamar internamente e implantar em nós novas e santas afeições
por Deus. Nossa fé vem somente como o resultado imediato do Espírito operando
em nós ao ouvir a proclamação da palavra. Mas assim como Deus não nos força a
ver contra a nossa vontade quando Ele nós dá olhos físicos, assim também Deus
não nos força a crer contra a nossa vontade quando nos dá olhos espirituais.
Deus nos dá o dom da visão e nós desejosamente o exercitamos".
Wayne Grudem mostra-nos que
em alguns componentes da redenção o homem desempenha uma parte ativa, mas na
regeneração não há nenhuma participação ativa do homem. Ele diz:
“é uma obra exclusivamente
de Deus. Vemos isso, por exemplo, quando João fala a respeito daqueles a quem
Cristo deu poder de se tornarem filhos de Deus – eles ‘não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.13). Aqui
João especifica que os filhos de Deus são os que ‘nasceram [...] de Deus’ e que
nossa vontade humana (‘a vontade do homem’) não realiza esse tipo de
nascimento.”
É de Grudem ainda a seguinte
defesa do monergismo:
“O fato de que somos
passivos na regeneração fica evidente quando as Escrituras referem-se a ela
como ‘nascer’ ou ‘nascer de novo’ (cf. Tg 1.18; I Pe 1.3; Jo 3.3-8). Não
escolhemos nos tornar fisicamente vivos e também nas escolhemos nascer – é algo
que nos aconteceu; semelhantemente, essas analogias nas Escrituras dão a
entender que somos inteiramente passivos na regeneração.”
Os Cânones de Dort afirmam
que “a regeneração, renovação, nova criação, ressurreição dos mortos e
vivificação, tão exaltada nas Escrituras, a qual Deus opera em nós, sem
qualquer contribuição de nossa parte”.
Para Franklin Ferreira e
Alan Myatt “A regeneração é uma operação divina num coração morto”. “Sendo uma
operação de Deus, a regeneração não é o resultado do desempenho da vontade
humana (cf. Jo 1.13)”, argumenta Franklin Ferreira.
Louis Berkhof é bem enfático
quanto à defesa do monergismo:
“O único conceito adequado é
o da igreja de todos os séculos, de que o Espírito Santo é a causa eficiente da
regeneração. Significa que o Espírito Santo age diretamente no coração do homem
e muda sua condição espiritual. Não há nenhuma cooperação do pecador nesta obra.
É obra do Espírito Santo, direta e exclusivamente, Ez 11.19; Jo 1.13; At 16.14;
Rm 9.16; Fp 2.13. Então, a regeneração deve ser concebida monergisticamente. Só
Deus age, e o pecador não participa em nada desta ação. Isto, naturalmente, não
significa que o homem não coopera com o Espírito de Deus nos estágios
posteriores da obra de redenção. É mais que evidente na Escritura que o
faz.”[10] (grifo nosso).
O debate é bem amplo entre a
ideia de graça operativa e graça cooperativa, e ainda continua, pois é próprio
do homem querer dar uma ajudazinha a Deus, é comum no homem querer ser
participante de sua regeneração, embora saibamos que, logicamente, nenhum de
nós, antes de nascer biologicamente, deu qualquer ajudazinha aos pais, quando
trata-se do novo nascimento, o homem quer ter contribuído, e isso, logicamente,
é impossível, visto que estávamos mortos em nossos delitos e pecados.
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